Continuando com a analise de Big Bang Beat, esse doujin game finalmente ganha uma continuação mas acaba sendo mediocre. Por que? Bem, pelos seguintes fatores:

1- Tempo: O Tempo é tudo, ele é o principal culpado. O jogo passou mais de três anos em desenvolvimento, pelo menos o mesmo tempo que levou para fazer o jogo original, e foi muito frustrante ter que esperar tudo isso.

2- Falta de compromisso dos criadores: Infelizmente o grupo Frontier Aja tinha novos integrantes talentosos mas inexperientes. Para resolver isso eles decidiram criar um jogo treino para fazer testes de programação, animação e net code. O jogo era “Koumajou Densetsu: Scarlet Symphony” uma parodia de Touhou, onde as personagens eram reimaginadas como se fossem de Castlevania. Maior parte dos gráficos eram mais bonitos do que os jogos 2d de Castlevania atuais, e possuía uma jogabilidade boa. Era uma idéia boa e engraçada…que infelizmente foi levada a sério de mais. O grupo Frontier Aja se tornou adepto de Touhou e passou a promover todo tipo de material e eventos da série, até mesmo quando eles não tinham nada a ver com isso. O que era pra ser só um teste se tornou o principal interesse deles, foi criada uma versão em inglês do jogo OFICIAL (algo muito raro para um jogo independente), foram vendidos soundtracks, fanbooks e uma continuação foi rapidamente anunciada e lançada no ano seguinte. Ela possuia gráficos ainda melhores, melhor jogabilidade, dubladores profissionais e famosos e abertura em anime! Enquanto isso, o pobre Big Bang Beat quase que caiu no esquecimento.

3- Geração: Estamos vivendo na era HD, onde todos os jogos tem que se tornar High Definition para sobreviver no mercado. Não é como se os gráficos do BBB Revolve fossem feios, mas fica difícil compará-los aos outros jogos de luta atuais que já passaram por essa mudança.

4-Conteúdo: É aqui que tudo se encontra! Pra começar: Há uma verdade aceita pela maioria dos fighting gamers: Quando um jogo de luta é lançado fora dos Arcades, você precisa acrescentar novos modos de jogo, caso contrário fica difícil se divertir com o jogo quando não tem ninguém contra quem competir. Quando o seu jogo possui apenas gráficos ultrapassados, a adição de modos extras se torna uma obrigação. Infelizmente o jogo conta apenas com:

Story Mode - simples e sem vozes

VS Mode - óbvio!

Training Mode - bem convencional

Options - nada além do obrigatório

Uma coisa notável é a falta de um Online Mode! Isso mesmo! Um dos motivos para atrasar a produção desse jogo e um dos motivos para a criação do “Touhouvania”, os combates onlines não existem neste jogo.

Os personagens novos são 3 (ou 4 se você contar com o Mecha Heita no lugar da versão Super dele), o último chefe não é jogavel ou tem de ser liberado então isso te da apenas dois personagens novos jogáveis: Tsukiyomi Kinako e Miyazato Gundan (não, ela não é um robô).

Kinako é a presidente do clube de ocultismo da escola e a mais interessante das novas, com golpes bonitos e criativos e com uma jogabilidade interessante.

Miyazato tem golpes mais genéricos e uma mesma animação reutilizada para vários golpes dela, as ajudantes dela podiam ser interessantes mas não acrescentam muito, não tem muito o que falar dela além de que ela é uma personagem fácil de se jogar, ideal para os newbies.

Mas e a jogabilidade? Ela é ótima, melhor que a do primeiro jogo. O que saiu: A barra para fazer golpes normais, você agora pode usá-los livremente. Provocação, que era usada até 3 vezes para liberar golpes extras para os personagens, agora eles tem todos os golpes desde o inicio da luta. Também saiu o B-Dash, que era usado no botão D para cancelar tudo com tudo, apenas Rouga – o principal do jogo – ainda o possui.

Agora o botão D tem uma função especial que varia de personagem para personagem, algumas vezes podem ser coisas únicas – como a munição de fantasmas da Kinako, de vez enquando algo útil como a da Kunagi que enche a barra de POW…

Ou pode ser nada, como é o caso de muitos personagens que eles não tiveram idéias ou tempo para criar…lazy work.

Mas espera um momento, esse sistema me é familiar.

Ah! É Isso mesmo, este é o sistema de Drive do BlazBlue, só que muito incompleto e simples. Eu não me importo com eles terem copiado uma outra franquia de luta muito famosa, contanto que eles façam um bom trabalho.

Uma outra coisa que saiu foi a animação de cenários. Isso mesmo, você não será mais atormentado com a  boas animações  e vida que os antigos backgrounds deste jogo possuíam, agora todos os cenários, mesmo os antigos que já tinham animações prontas estão totalmente estáticos e alguns cenários que ficariam ridículos se estáticos foram simplesmente deletados (como é o caso do background do Ren que era um trem em movimento), isso talvez porque o seu computador que roda jogos em HD não teria poder o bastante para rodar os belíssimos pixels serrilhados deste jogo.

Bem, é isso ai! O jogo tá ótimo para quem vai experimentar BBB pela primeira vez, mas para quem esperou anos por uma continuação como eu foi uma grande decepção. Tá certo que BBB é um Doujin game, ou seja , um jogo independente e não profissional, mas quando você joga os dois jogos de Touhou lançados por eles antes, você percebe que eles podiam ter feito um trabalho melhor.