Na Fala sério vou falar sobre coisas não tão happys assim. E a inauguração vem com uma questão meio… indigesta que surgiu recentemente: Utimate Marvel VS Capcom 3. Você já deve saber a essa altura que a Capcom, em uma decisão polêmica, anunciou que os compradores de seu jogo MVC 3 não são dignos de atualizações via DLC, mas podem orgulhar-se de possuir dois jogos após o lançamento de Ultimate MVC…
Mas sejamos sinceros, alguém ficou espantado com isso? Se você ficou, não deve ser adepto dos fighting games a muito tempo. Vejamos um pouco dessa história anciã.
Em 1987 a Capcom lançou Street Fighter, um jogo não muito inovador pra época, mas diferente de tudo que você já deve ter visto (o Ryu lutava calçado!!). O jogo foi ok, mas nada demais. Quatro anos depois (uma boa marca na época) saiu a continuação, Street figter II. Aí sim mano, foi um sucesso estupendo, jogo mais revolucionário até então e precursor do gênero fighter que você conhece hoje.
Ok, com todo esse sucesso o Street Fighter 3 deve ter saído no ano seguinte, certo? Para ser mais preciso saiu em 1997, 6 anos depois. Onde quero chegar? Bem, antes do 3 olha a listinha:
Street Fighter II: Champion Edition (1992); Street Fighter II Turbo: Hyper Fighting (1992); Super Street Fighter II(1993); Super Street Fighter II Turbo (1994)… e a lista é maior, mas o post já vai ficar grande e eu cheguei a um ponto importante.
Se tinha turbo no jogo de 1992, por que não tinha em 1993? Pra sair outro em 1994…
Acha que parou por aí? Street Fighter III: New Generation(1997); Street Fighter III: 2nd Impact – Giant Attack (1998); Street Fighter III: 3rd Strike – Fight for the Future(1999)… E a capcom veio com a lorota que o gênero tinha morrido. Bem, talvez se ela lançasse um jogo novo de verdade…. Se serve de comparação, a SNK lançava um The King of Fighters por ano, e embora não fosse um exemplo tão bom, pelo menos os jogos pareciam mais diferentes.
Em 2009 a SNK lançou The King of Fighters XII, um jogo que ela prometeu que traria seus fãs de volta, que seria exatamente como os fãs quisessem. O jogo seria uma resposta à melhor série de fighters da geração atual (em minha opinião), BlazBlue. Deixe-me tentar ser o mais claro possível, KOF 12 É A POHA DE UM BETA! O jogo é uma vergonha, tem um sistema extremamente desbalanceado, não possui boss, é desgraçadamente lento e os personagens sofrem de uma inacreditável falta de golpes. Por exemplo, o soco forte de Duolon é o primeiro hit de um special move dele, que agora, por razões estúpidas e óbvias, só sai como continuação do soco. Aí a SNK anuncia KOF 13 para sair em 2010.Sabe o que ela fez? Lançou KOF 12 versão completa e chamou de 13!
A SNK admitiu e pediu desculpas públicas por ter lançado o 12 cedo pra ganhar dinheiro, que estava acabando!!! Ela passou a perna abertamente em todos que acreditaram nela e compraram o jogo, e nem se deu ao luxo de lançar DLCs pra deixar o 12 jogável, se você quiser, que compre o 13… Ela devia no mínimo enviar uma cópia gratuita dessa joça pra todos que têm KOF 12, isso sim.
Mas e a Arc System? “Se o BlazBlue é tão bom assim, ela deve ser perfeita.” Nem tanto, cara pálida. É a mesma empresa que lançou Guilty Gear X (2000); Guilty Gear XX(2002); Guilty Gear Isuka (2003); Guilty Gear XX #Reload (2003); Guilty Gear XX Slash (2005); Guilty Gear XX Accent Core(2006). E se você acompanhou essa série, sabe que metade dessa lista é uma vergonha também.
Aí, depois de lançar o fodástico BlazBlue: Calamity Trigger, ela começou de novo. O segundo (BlazBlue: Continuum Shift) foi ok. O terceiro(Continuum Shift2) foi só para arcade e PSP, e teve as suas atualizações em DLC para consoles, um exemplo. E então, ela anuncia que você precisa comprar um jogo novo (Continuum Shift Extend) se quiser o novo story mode e o 1 um UM !!!!!! personagem extra.
Enfim, depois de um bom tempo, a Capcom lançou Street Fighter 4(2008). E o Super Street Fighter 4 (2010)… Ok, não foi tão ruim assim, dois anos depois e vários personagens a mais e talz. Já Super Street Fighter 4: Arcade Edition queimou minha língua. Eu achei que a Capcom ia aplicar outro “Street Fighter”, e ela surpreendeu lançando o jogo em versão completa e como DLC de Super Street Fighter 4, fantástico! Uma prova de respeito pelos clientes que tinham comprado a versão anterior. Parabéns Capcom, usando DLC da maneira certa, que eu achei que ninguém jamais faria.
Isso é um DLC!! Não é um jogo novo!! Não me entenda mal, 12 personagens novos é fantástico (embora a falta de Megaman seja incompreensível). Mas anunciar um jogo novo, 5 meses depois do anterior, que não é nada além de mais personagens e tornar meu jogo caro em um peso de papel que vale 8 dólares, isso é BETRAYAL!! Um absurdo. Como diabos a empresa que eu elogiei pelo arcade edition faz isso comigo? Esses personagens deviam ser um DLC!! A única explicação é que a Capcom está nos punindo por não comprar o Shum Gorah e a Jill Valentine (Nina Willians) como DLC. Se ela me desse personagens que eu quero (como o Megaman!!) eu compraria, poha de Jill Valentine…
Quer saber, realmente acho uma pena que eu nunca tenha gostado de Mortal Kombat…
Realmente a Capcom passou a perna em todo mundo com esse Ultimate. Mas lendo esse seu post extremamente informativo, chego a conclusão que na verdade até que tem bastante conteúdo a mais para justificar um novo jogo. 12 personagens a mais (diferentes do DLC) e todos os patchs de balanceamento (maldito sentinela) já incluídos. O unico problema eh o tempo… 5 meses depois eh muito recente, deveria ter deixado pelo menos 1 ano no forno pra lancar outro, e com um story mode mais decente.
Dessa vez a Capcom aplicou sua filosofia antiga de atualizar os jogos 6 meses depois do lancamento sem levar em conta que nos nao pagamos mais por fichas pra jogar no arcade, e sim compramos um disco de 60 dolares pra jogar em casa… tsc tsc.
Mas sabe, se ela faz isso eh pq sabe que os fas compram. A ironia eh que os mesmos fas que estao irados com esse anuncio sao aqueles que vao comprar no primeiro dia. Fazer o que neh…