Talvez você tenha ouvido um certo reboliço sobre o lançamento da versão em inglês de Persona 2 para PSP. Um corte de conteúdo está levando os fãs que compraram o jogo a ficarem irritados com a Atlus. Bem, se outros jogos como Disgaea 4 fizeram algo semelhante, por que tanto furdunço com o esse? Vejamos.
Persona 2 é um jogo com um histórico exótico. Ou melhor, jogos! Em 1999 a Atlus lançou Persona 2: Innocent Sin. O jogo foi um grande sucesso e é considerado por muitos um clássico do gênero JRPG Dungeon Crawling. Então, bizarramente, um ano depois saiu Persona 2: Eternal Punishment.
Isso mesmo, nada de Persona 3, era outro Persona 2. Os jogos se passavam em universos paralelos e possuiam os mesmos personagens, embora os mesmos agissem como se nunca tivessem se conhecido. Eternal Punisment também fez sucesso, e, diferente de Innocent Sin, recebeu lançamento no ocidente. Muitos jogadores nunca souberam do primeiro segundo jogo (uau, eu escrevi isso mesmo…).
Bem, em 2011 estamos vivendo uma era em que relançar os jogos de consoles antigos para os atuais portáteis está na moda. Aproveitando o embalo, a Atlus relançou Innocent Sin e anunciou que, finalmente, seriamos presenteados com uma versão oficial do jogo no ocidente. Ueba!
Como qualquer jogo relançado que se preza, Innocent Sin tem novidades. Além das melhorias gráficas, chamou a atenção um modo chamado Climax Theater. Aqui o jogador ganha acesso a novas dungeons, inclusive com estória. Muito interessante para quem já jogou ter conteúdo diferente do manjado.
Além das dungeons novas, o modo possui a opção de criar suas próprias dungeons, com eventos criados por jogadores para serem colocados como conteúdo para ser baixado. Quer dizer, isso se você comprar a versão japonesa, porque a Atlus cortou essa opção na América…
Ok, sejamos sinceros. Provavelmente nem eu nem você seríamos grandes criadores de dungeons em P2, então por que tamanho reboliço? Bem, além da sensação de estar pagando o mesmo por menos que os japoneses, a Atlus fez o irresponsável favor de não avisar ninguém!!! Isso mesmo, a opção soa boba para você? Ponha-se no lugar de alguém que não pensava assim. Aliás, ponha-se no lugar de alguém que já jogou o jogo normal e estava realmente interessado em comprar a versão PSP apenas para tentar criar suas próprias dungeons. Qual a intensidade do chuta-bolas que um cara desse levou ao dar seu suado dinheiro para a Atlus e descobrir que a empresa o enganou?
Bem, os fãs reclamaram (óbvio…) e o gerente de relações públicas da Atlus, Aram Jabbari, explicou que a empresa nunca anunciou que a opção estaria presente na versão americana.
Se você não entendeu, eu explico: Ocidentais são muito metidos de ficar lendo na internet como nossos jogos funcionam no outro lado do mundo e esperando o mesmo tratamento, parece até que temos que dar satisfações a vocês.
Que canalhice. A informação do corte só foi confirmada porque alguém perguntou no forum da Atlus.
Resumo das respostas: Desafios – técnicos ou não – não permitiram a customização. Antes que alguém pergunte, foi uma decisão séria, não SÓ (só sendo palavra-chave) porque somos a grande empresa que odeia diversão.
Outro admin do forum prossegue explicando que nunca foi realmente confirmado tal conteúdo na versão americana, mas NINGUÉM explica porque raios a Atlus se fez de sonsa e não desmentiu a afirmação que circulava na net antes de ser diretamente perguntada. E, aliás, ninguém explicou bulhufas da questão! Nem sequer falaram a razão do corte, só um “decidimos e pronto”.
Gosto da série Persona, recomendo a todos que curtem o gênero, mas sinceramente não posso deixar de repudiar a atitude da Atlus. Que corte o conteúdo necessário, mas não anunciar o corte e esperar que o público note por conta própria é um verdadeiro absurdo! Que atitude desonesta.
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Ah, Persona 2, um dos meus jrpgs favoritos (e pensando pra trás agora, o único com uma história realmente adulta) e eu nem sabia esse tempo todo que estava jogando uma versão alternativa do original! haha
Sinto muita falta do estilo gráfico de persona 2. O dos novos foi meio que infantilizado para agradar a “galera jovem” e isso me irrita, mesmo as historias continuando maduras e legais.
Bom texto! o/