Apenas uma breve review desse joguinho muito excelente de julho do ano passado para PSP. Ele passou despercebido por muita gente, mesmo no Japão.

Jogo

Muito

Melhor

Que

Ys

– Estória

Nayuta é um jovem de 15 anos que aspira ser um cientista para estudar os mistérios do exótico mundo onde vive. Ele tenta seguir os paços de seus falecidos pais que morreram tentando encontrar a verdade por trás da borda do mundo e acabaram por confirmar que o mundo onde a estória se passa é de fato “plano” (ou algo parecido).

Durante as férias escolares, Nayuta e seu amigo Signa retornam para a “Ilha Remanescente”, uma pequena ilha onde eles nasceram.

Os dias estavam tranquilos, até que uma torre gigantesca caiu do céu na praia perto da casa do herói. Quando Nayuta e Signa vão investigar, eles encontram Noi – uma pequena fada de 30 centímetros. Uma dupla de homens ataca a fada e rouba um objeto estranho que ela parecia proteger com a própria vida. Mais tarde, quando Noi acorda com seus ferimentos tratados na casa de Nayuta ela entra em pânico pois, no mundo dela, humanos são vistos como bárbaros. Porém, imediatamente contrariando qualquer crença sobre isso, Nayuta demonstra estar honestamente preocupado com Noi e decide ajuda-la. Ela explica que veio de um mundo chamado Terra, um mundo conhecido como Lost Heaven nas lendas da ilha do protagonista.

Neste mundo está “Astrolobe”, um gigantesco computador construído pelos deuses que manipula a  mesma energia cosmica usada para criar o universo. Os dois vilões planejam roubar as “Master Gears” – peças vitais para o funcionamento da maquina, causando caos por todo o planeta. Nayuta reconhece Terra como o mistério que seus pais queriam ter desvendado, e para protege-la, ele decide juntar forças com Noi e procurar as outras Master Gears.

– Personagens

Nayuta Herschel

Nayuta é um ótimo protagonista. Ele é corajoso, prestativo, gentil, inteligente e intrometido. Ele fica longe de ser perfeito, já que ele ainda tem muito o que aprender com seu mestre Orbus e não chega perto de ser tão popular quanto Signas. Ele ainda é extremamente carismático e ver como todos os personagens rapidamente se tornam amigos dele é natural pra mim.

Noi

A supervisionadora encarregada do Astrolobe. É muito talentosa em usar magia mas muito fraca fisicamente. Ela e Nayuta compensam os defeitos um do outro e formam uma dupla perfeita. Tão perfeita de fato que todos ao redor começam a suspeitar que os dois já estão namorando. Até eu acho isso muito suspeito.

Signas Alhazan

Melhor amigo de Nayuta. Um jovem misterioso que apareceu na ilha com amnésia à cinco anos antes dos eventos do jogo. O incrível é que ele não é o protagonista (Isso seria diferente se fosse um jogo da série Shining)! Ele some de repente durante uma luta contra os vilões.

Eartha Herschel

A super irmã mais velha de Nayuta que sempre sabe a coisa certa a ser feita e consegue conquistar o coração de qualquer um.

Lyra Baston

A amiga de infância de Nayuta que está no jogo pra fazer nada mais além de “segurar a vela” enquanto seu amor de infância e Noi fortalecem seus laços. Ela constantemente tenta criar um clima e se confessar para o herói, mas sempre fracassa. Esse não deve ser o destino dela…

Creha

A misteriosa garota dormindo no jardim estelar da Terra. Ela é uma das deusas que criaram o Astrolobe e engana todo mundo por parecer ser a heroína principal e a garota a ser salva (esse papel é da Noi). Também foi erroneamente chamada de “Nayuta” na época que o jogo tinha acabado de ser anunciado, já que ela era a única personagem à aparecer no anuncio.

– Jogabilidade

Esse jogo é da Nihon Falcom, a mesma por trás de Ys. Pra minha felicidade, os responsáveis por esse jogo não tem nada a ver com o jogo do Adol.

Apesar de a base ser como a maioria dos actions RPGs, a jogabilidade é ótima, muito mais polida que a de Celceta no Jukai. Os personagens dão sensação de peso, diferente do Ys para PS Vita, onde todos se moviam no mesmo ritmo que um filme de Charlie Chaplin. Nayuta também é capaz de pular (Pasme Link!), mas diferente de Adol e seus amigos, as partes plataformas são significantes, bem feitas e divertidas. As mecânicas do jogo também são todas muito inteligentes e todas são usadas de formas criativas (aprenda com esse mestre Ys!). A dificuldade é media e o jogo te oferece um easy mode temporário caso você perca muito, pra garantir que ninguém vai enlouquecer de raiva contra os chefes.

– Graficos

A primeira coisa que notei foi que os gatos desse jogo são muito mais bonitos do que os do Ys! Isso é dizer muito ao considerar a engine ultrapassada (a mesma de Ys 7) o baixo orçamento do jogo e as diferenças de capacidades entre o PSP e o PS Vita. Isso apenas mostra que Nayuta no Kiseki é muito mais polido que Ys Celceta. As texturas são muito mais detalhadas, cores são mais vividas, efeitos de luzes são bonitos, expressão fácil muito variadas. Devido à maior capacidade gráfica do aparelho, Ys Celceta tem gráficos “tecnicamente” melhores (considerando a tela OLED HD widescreen, maior memória, processador mais rápido, etc) mas Nayuta no Kiseki ainda é mais bonito! Tem um jeito fácil de explicar isso: É como comparar um jogo do início da vida do Playstation 2 com Donkey Kong Country do Super Nintendo, já que jogos do PS2 são tecnicamente mais bonitos que os do Snes, mas ainda são mais feios que DKC de alguma forma. A abertura é feita com o marido da Nihon Falcom: o Adobe Flash (eles abusam muito disso), como de costume, essa é a única parte feia do jogo, já que a qualidade da animação fica parecendo algo vindo de um doujin game.

– Sons

A abertura é belissimamente cantada por Kotera Kanako, a mesma cantora da abertura de Zero no Kiseki, e eu adoro a voz madura e forte dessa mulher.

As músicas de gameplay também são memoráveis e bem agradáveis. Elas ficam repetindo em minha cabeça e isso é ótimo pois gostei de todas elas. A trilha sonora é dividida em 4 elegantes CDs pra cada uma das estações, algo pra ganhar mas din…pra coincidir com o tema do jogo, mas a Nihon Falcom também lançou uma coletanea com toda trilha no mesmo pacote.

Até parece que o jogo tem muitas vozes, mas a verdade é que são poucos clipes dublados. O jogo causa essa impressão porque as vozes sempre entram em momentos decisivos ou durante explicações importantes. Os eventos cômicos com kanjis fáceis de ler ficam sem vozes. Algo que jogos como Fate/Extra CCC deveria ter feito. Como de costume, dubladores japoneses são fodões, é difícil eu falar mal deles aqui (mas não impossível).

– Estou Satisfeito

É muito raro eu jogar um jogo e ficar completamente satisfeito, mesmo quando o jogo me agrada, sempre tem algo que me incomoda muito (mesmo quando eu gosto do jogo), mas isso não aconteceu com esse jogo. Não quero dizer que esse jogo é perfeito, mas ele foi uma ótima experiência do início até o fim. Isso porque o jogo me entregou tudo aqui que ele propôs. Nayuta no Kiseki nunca tentou ser um RPG longo e épico com um estória complexa e surpreendente. Ele só quis ser um jogo de enredo simples e agradável; com personagens cativantes; sistema intuitivo e agradável, mas acima de tudo: Divertido. E foi isso que ele conseguiu. E no final do dia, não é isso que é importante em um jogo? Sim, é isso sim!

Semana que vem finalmente sairá o Summon Night 5. Eu tô com tanta hype por esse jogo que não consigo evitar de temer que ele acabe sendo uma merda! Qual será o destino dele, afinal?