Um novo jogo criado por uma nova divisão da Compile Heart: Galapagos RPG. Muito me interessou ver sobre o que se tratava o primeiro jogo feito nesta marca, já que o hino deles conta como eles vão fazer os jogos que eles bem entenderem sem se preocupar pra o que os outros dizem. Mas que diabos!

.

.

.

– Estória

A estória começa com duas entidades opositoras se enfrentando até que a luta acaba em um empate. Os poderes restantes deles caem ao redor do mundo em forma de armas chamadas Furies enquanto as duas divindades esperam por alguém que venha liberta-los.

– Personagens

Fang

Um jovem desleixado, preguiçoso, boca-suja, arrogante e glutão que faz um contrato com Alyn em busca de comida de graça. Ele é um dos protagonistas mais diferentes que eu já vi em um RPG atualmente. Logo de cara você vê que ele não é um mero morador da vila, e mais tarde fica claro de que ele nunca foi ou será “o escolhido”. Diabos! Talvez ele nem seja um adolecente! Isso será para sempre um mistério, já que o traço usado no jogo faz todo mundo parecer crianças.

.

.

.

Alyn

A fada que vive na Fury que pertence à Fang. Ela também não é tão delicada e inocente quanto parece, mas já que os estranhos se atraem, ela se dá muito bem com Fang. Sua maior inimiga é na verdade a Tiara, as duas se odeiam e Fang não tem nada a ver com isso.

.

.

.

Tiara

Uma misteriosa garota que age como se fosse uma filha de família bilionária. Ela é ainda mais arrogante do que o Fang e tenta controlar a dupla, mas na verdade, ela é uma masoquista, então acaba ficando mais comportada perto do Fang, geralmente…

.

.

.

– Gameplay

O objetivo principal do jogo é caçar as Furies espalhadas ao redor do (pequeno) mundo. Alguns são obrigatórios pelos eventos principais, outros são dados como recompensa em side-quests. As fadas dos Furies podem ser equipadas para dar bônus aos personagens e até mesmo sobem de nível. Elas também devem ser usadas pra quebrar o selo dos deuses, o que dá a habilidade de usar essa Fury nas Dungeons e causar vários efeitos especiais.

O sistema de luta é muito parecido com o de Neptunia, ou seja: turnos com movimentação livre ao redor de um círculo e combinações simples em três botões. Nada muito complexo, e é por isso mesmo que funciona.

Durante as Dungeons ainda é possível pular, o que funciona bem já que o jogo não tem sessões de plataformas irritantes e o pulo é fácil de controlar. Também é possível atacar inimigos antes de entrar na batalha, assim como em persona, o que te dá a vantagem de atacar primeiro, assim como o oposto pode acontecer não só com “back attacks” mas quando o inimigo te alcança antes do seu ataca acertar. A detectação de acerto funciona bem, e a câmera funciona bem o bastante pra ajudar a dizer a distancia do inimigo com precisão (diferente de Sen no Kiseki).

– Gráficos

Sinceramente, os modelos 3D usados não são impressionantes, mas ao menos são decentes e se movem de maneira bem vivida, geralmente conseguindo passar a sensação desejada. Além dos cenários não terem muita “vida”, eles ainda são pequenos e repetitivos. Como a maioria dos jogos da Compile Heart, não há gráficos para a cidade, já que a única cidade do jogo (que serve como base de operações pros heróis) é apenas um menu. Também há um elemento de viagem no tempo neste jogo, o que dá uma desculpa conveniente para os criadores reusarem exatamente os mesmos inimigos e dungeons sem nem sequer mudar as cores, o que é uma falta de vergonha!

Assim como todos os jogos atuais da Compile Heart, esse jogo utiliza de animação em flash pra contorcer os desenhos estáticos dos personagens e dar a sensação de movimento (e principalmente pra fazer peitos balançarem!). Algo que eles aparentemente insistem em chamar de “active animation system” porque soa muito mais sexy desse jeito e dá a impressão de que eles estão fazendo algo especial que ninguém mais consegue. Sabe como a Vanillaware chama suas belíssimas animações? “Animação em flash”! É assim que gente adulta trabalha.

– Sons

A dublagem é, como era de se esperar, perfeita! Mesmo que a grande maioria do elenco não tenha anos de experiência fazendo papeis importantes, todos eles fazendo uma ótima atuação. A maioria deles estão sendo promovidos recentemente e andam fazendo vários papeis principais em animes novos como Rozen Maiden, Infinite Stratos e Magi.

Algumas músicas são compostas por um tal de Nobuo Uematsu, ele já escreveu algumas músicas pra uma serie que ninguém conhece chamada Final Fantasy, mas ele nunca fez nada de muito excepcional…

– Em conclusão

Esse é um jogo que dá pra zerar duas vezes tranquilamente em menos de uma semana sem pressa. Pra dar “replayabilidade” o jogo conta com dois finais (três se você contar com o final normal, mas quem faz isso?), porém, é difícil chamar isso de “rotas diferentes” já que esses finais apenas mudam a cena final do jogo, o que dá menos que cinco minutos de diferença, sem menor alteração durante os eventos que levam até lá. O que faz não valer muito a pena zerar o jogo de novo pra ver um final diferente, especialmente considerando que é muito difícil mudar de um final pro outro no meio do jogo, e é ainda mais difícil perto do final, significando que você terá que provavelmente jogar do começo pra fazer um outro final (ao menos o jogo tem um “new game+”). De qualquer jeito, o jogo é bem divertido e valeu o preço que paguei por ele e foi até acima das minhas espequitativas. Espero poder jogar outros jogos como esse feitos pela GalapagosRPG, continue assim!